Villa Berghuis: Uma moradia térrea com um toque intemporal

O bungalow é um modelo de habitação um pouco ignorado já que atualmente, já não é rentável utilizar apenas um piso. Além disso, o facto de as várias funções residenciais - dormir, comer, cozinhar, trabalhar, relaxar e conviver - se encontrarem relativamente perto umas das outras não agrada a todos. No entanto, a moradia térrea tem qualidades intemporais. A planta relativamente simples permite uma abordagem de design clara. Pode também ser construída de forma transparente, uma vez que não é necessária uma estrutura pesada para a construção de uma superestrutura. Na Villa Berghuis, situada no meio da floresta de Breda, estas qualidades foram aproveitadas ao máximo.

Os contornos são claros, mas o imóvel é tudo menos monótono. É um pouco misterioso, pois parece integrar-se no ambiente natural que o rodeia. A fachada é composta por pedra natural, vidro e alumínio. A Villa Berghuis “acabou por ser um gigantesco puzzle 3D por unir aquelas pedras naturais de uma forma construtiva, mas orgânica.” O jardim, cuidadosamente concebido, confina com uma floresta natural. Devido ao seu baixo volume, a moradia está discretamente envolvida na vegetação. O facto da cobertura também ser composta por vegetação não só proporciona um melhor isolamento, como também melhora o aspeto natural; o “pennisetum” cultivado sobressai acima do beiral como uma alegre crista verde. Na fachada principal e na parte posterior, o edifício funde-se literalmente com a vegetação: uma árvore sobressai através de uma abertura no telhado suspenso. “Só um bungalow pode estabelecer tamanha ligação com a sua envolvente”, diz ele.

Se o exterior parece consistir em duas pinceladas e apenas alguns elementos bem escolhidos que despertam a atenção - a pedra natural, a cobertura com a “crista” verde e as árvores salientes - o acabamento interior é igualmente subtil, mas mais rico. Colunas habilmente colocadas, escondidas na lareira, entre outras, fazem do piso térreo, um piso aberto. As cortinas pendem em calhas embutidas no teto. Os amplos armários embutidos mantêm as paredes limpas. O feixe de luz no teto proporciona uma agradável luz indireta. O esquema de cores é terroso, leve, entre os beges e os castanhos suaves. A fachada de vidro assenta em molduras de alumínio esguias, com um acabamento em preto subtil que traz o exterior para dentro. “Só com o alumínio é possível instalar caixilhos de janelas tão finos”, diz ele. Uma novidade é o canto em vidro na parede exterior da sala de estar. “O vidro triplo é colado sem caixilharia visível. Isso proporciona o efeito panorâmico. O comprimento dos beirais salientes é medido com precisão para que o sol de inverno entre na sala de estar, enquanto o sol forte do verão é absorvido e a sala de estar permanece na sombra.”
A Villa Berghuis tem um design delicado, com uma harmonia subtil - quase zen - mas, ao mesmo tempo, oferece um sentido de vida vibrante através do terraço exterior e da cozinha aberta. É um lugar para descontrair, ao mesmo tempo atrativo ao convívio social e animação. “É possível andar literalmente de um lado para o outro. E, a qualquer momento, acaba por se cruzar com toda a gente”. Mas, acima de tudo, este bungalow contemporâneo é um lugar de beleza e detalhe. Não há floreados supérfluos ou proezas de força na cor ou no material. Trata-se de uma arquitetura que pode parecer simples, mas que é muito precisa e ponderada. Quanto mais se olha, mais se vê.