Eurostars Aliados

Original dos anos 50 do século passado, a outrora sede da Companhia de Seguros Garantia foi um dos últimos edifícios a ser construídos no centro financeiro e comercial, que eram, então, os Aliados; uma avenida inspirada nos grandes boulevards parisienses.

Contudo, apesar de as linhas arquitetónicas em voga à época serem mais proeminentes, o arquiteto Júlio José de Brito, projetou-o de forma bem mais sóbria e discreta, de forma a incluir um cunho de modernidade patente, também, no interior do prédio.

Depois de muitos anos parado no tempo, este edifício ressurge no século XXI com uma nova função: um hotel de 5 estrelas que recebe hóspedes de todo o mundo e lhes proporciona todo o conforto para uma estadia muito aprazível, com uma localização absolutamente ímpar.

Um enorme – e interessante – desafio para a equipa da NN Arquitetura, liderada pelo arquiteto Miguel Brito Nogueira, que, antes de mais, teve de estudar a fundo o projeto original do edifício, as técnicas e materiais da época, bem como toda a história daquela avenida. A intervenção pautou-se por conservar a envolvente (opaca e transparente) e quase toda a estrutura do edifício.

Na base da excelência estiveram, desde o início, duas premissas: sem perder de vista o objetivo da recuperação do edifício - a hotelaria de luxo – era imperioso conservar e recuperar o máximo de elementos arquitetónicos originais, bem como garantir o isolamento acústico de todos os espaços interiores, sobretudo dos quartos virados para a movimentada avenida. Afinal, noites tranquilas é o principal argumento de quem se dedica ao bem-estar e descanso dos seus clientes.

Mas, para este projeto não bastava um normal isolamento acústico capaz de absorver os habituais ruídos da cidade. Era necessária uma solução especialmente eficiente para conviver com todos os grandes eventos, celebrações ou manifestações que, ao longo do ano, vão acontecendo, em diferentes horários, na avenida e em frente à Câmara Municipal do Porto.

Assim, e com o objetivo de alcançar uma atenuação próxima dos 50 decibéis, e que respeitasse também a estética e traça do edifício original, a procura foi extensa e muito rigorosa para todas as soluções da envolvente do edifício, nomeadamente para toda a área envidraçada.

A escolha recaiu no sistema SlimLine 38 que garantiu que os esbeltos caixilhos inspirados na antiga caixilharia de aço, em nada comprometiam a estética original do edifício e nem o conforto acústico agora ambicionado.

Tanto na fase de projeto, como de obra, todo o processo de reabilitação do edifício correu bem e sem imprevistos de maior. Para isso contribuiu a boa relação entre todas as partes, nomeadamente entre a Reynaers Aluminium e a Wood & Steel, o que se traduziu em muita confiança no desenrolar da obra.

O resultado é um edifício que, agora com uma nova função, recupera todo o seu esplendor numa avenida tão especial como a dos Aliados e numa cidade tão bonita como o Porto. A prova que cinco estrelas brilham mesmo muito forte!